A energia nuclear desperta opiniões opostas: para alguns, é uma fonte limpa e eficiente capaz de reduzir as emissões de carbono; para outros, representa riscos elevados e altos custos de operação. Enquanto o mundo busca alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis, cresce o debate sobre seu papel no futuro da matriz energética. A seguir, conheça as vantagens e desvantagens da energia nuclear e entenda por que ela continua no centro das discussões sobre o clima e a segurança global.
O que é energia nuclear?
A energia nuclear é a energia contida no núcleo de um átomo, a menor unidade que forma toda a matéria do universo. Essa energia mantém o núcleo unido por meio de uma força extremamente poderosa, conhecida como força nuclear forte.
Para que essa energia seja utilizada na geração de eletricidade, ela precisa ser liberada do átomo por meio da fissão nuclear, processo em que os átomos se dividem, liberando grande quantidade de energia.
Os reatores nucleares, presentes nas usinas de energia, são responsáveis por controlar a fissão para gerar eletricidade de forma segura. E o principal combustível usado nesses reatores é o urânio, um elemento encontrado na natureza em forma de pequenas pastilhas.
Quando os átomos de urânio se dividem, liberam partículas chamadas produtos de fissão, que provocam a divisão de outros átomos, criando uma reação em cadeia. Essa reação libera calor, que aquece o agente de resfriamento do reator, geralmente água, mas em alguns casos metal líquido ou sal fundido. O calor transforma a água em vapor, que movimenta turbinas ligadas a geradores, convertendo energia térmica em energia elétrica.
A quantidade de eletricidade produzida pode ser controlada com barras de controle compostas por materiais capazes de absorver parte dos produtos da fissão. Quando essas barras são inseridas no reator, a reação se torna mais lenta e controlada; quando são removidas, a fissão se intensifica, gerando mais energia.
A França, por exemplo, obtém cerca de 70% de sua eletricidade a partir da energia nuclear, enquanto Ucrânia, Eslováquia e Hungria obtêm cerca de metade da energia nuclear. Estados Unidos e China lideram produção. Enquanto isso, diversos países decidiram não utilizam energia nuclear, incluindo Alemanha, Austrália, Áustria, Dinamarca, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Nova Zelândia e Noruega.
Em relação ao meio-ambiente, ela se destaca por oferecer uma geração estável e de baixa emissão de carbono, ajudando a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a melhorar a qualidade do ar. Ainda assim, traz desafios que as fontes renováveis, como a solar e a eólica, em grande parte evitam.
Vantagens da Energia Nuclear
A seguir, destacamos três pontos cruciais de suas vantagens:
1 – Alta densidade energética: A energia liberada na fissão nuclear é dez milhões de vezes maior do que a liberada na queima de um átomo de combustível fóssil, o que significa que ela possui uma densidade energética incrivelmente alta. Para se ter uma ideia, um quilo de urânio pode gerar cerca de 20 mil vezes mais energia do que a mesma quantidade de carvão. Essa eficiência reduz tanto a frequência quanto o volume de fornecimento de combustível, em comparação com os combustíveis fósseis.
2 – Baixas emissões de gases de efeito estufa: Em comparação com o carvão, o gás natural e o petróleo, a energia nuclear produz uma poluição atmosférica mínima durante sua fase de utilização. De acordo com o Instituto de Energia Nuclear , a energia nuclear representa quase metade da energia livre de carbono dos Estados Unidos.
3 – Confiabilidade: as usinas nucleares apresentam o maior fator de capacidade entre todas as fontes de energia, podendo operar continuamente por longos períodos. Em 2021, por exemplo, as usinas nucleares dos Estados Unidos funcionaram em média 92% do tempo, o que representa o dobro da confiabilidade do carvão e do gás natural. Essa característica garante um fornecimento de energia de base estável e constante, essencial para atender à demanda elétrica sem interrupções.
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Desvantagens da Energia Nuclear
Por outro lado, diversas desvantagens tornam a energia nuclear uma escolha controversa.
1 – Resíduos nucleares: reatores nucleares produzem resíduos radioativos como subproduto que permanece perigoso por milhares de anos. Soluções de descarte seguras e de longo prazo, como depósitos geológicos profundos, são complexas e caras, representando desafios ambientais e logísticos. Isso significa que quase todos os resíduos nucleares existentes no mundo são armazenados em instalações temporárias. À medida que mais resíduos radioativos são produzidos, novas instalações de armazenamento precisam ser construídas.
2 – Risco de acidentes: O uso da energia nuclear ganhou força após a crise do petróleo da década de 1970, com a promessa de uma fonte estável e eficiente. No entanto, acidentes de grande repercussão, como os de Three Mile Island (1979), Chernobyl (1986) e Fukushima (2011), provocaram uma reavaliação global sobre a segurança dessa tecnologia. Embora desastres sejam raros, o formato de produção de energia divide opiniões.
3 – Recursos limitados: o urânio, o principal combustível para reatores nucleares, é um recurso finito. Segundo a Associação Nuclear Mundial, os recursos atualmente identificados durarão cerca de 90 anos nas taxas de consumo atuais.
Como é a energia nuclear no Brasil?

O Brasil também produz energia nuclear e, atualmente, possui duas usinas em funcionamento: Angra 1 e Angra 2. Elas ficam na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, Costa Verde do Rio de Janeiro. As unidades são operadas pela empresa estatal Eletronuclear.
Angra 1 funciona desde 1985. Com 640 megawatts (MW) de potência, a instalação gera energia suficiente para suprir uma cidade de 2 milhões de habitantes, como Manaus, capital do Amazonas.
A vizinha Angra 2 funciona desde 2001 e tem potência de 1.350 MW. É capaz de abastecer uma cidade de 4 milhões de habitantes, equivalente às populações de Brasília e Porto Alegre somadas.
Juntas, essa dupla responde por aproximadamente 2% do consumo de energia elétrica no país. Apesar de estarem no Rio de Janeiro, a energia produzida pelas usinas faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), ou seja, não é necessariamente consumida no estado.
Entrando em funcionamento, o que não é previsto antes de 2030, Angra 3 terá potência de 1.405 megawatts (MW) e será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, o suficiente para atender o consumo de 4,5 milhões de pessoas.
Apesar de a geração ser relativamente baixa, o Brasil faz parte de um seleto grupo de apenas três países (juntamente com Estados Unidos e Rússia) que têm reservas de minério, tecnologia de beneficiamento e usinas nucleares para produzir energia.
O Brasil tem a 8ª maior reserva de urânio do mundo; a maior fica na Austrália.
Usinas Nucleares são seguras?
Apesar dos graves acidentes no passado, o avanço da tecnologia e robustos sistemas de segurança projetados para prevenir acidentes tornaram as Usinas Nucleares ainda mais seguras. Hoje, elas são projetadas e operadas de acordo com rigorosos padrões de segurança e utilizam camadas redundantes de proteção para garantir uma operação segura.
No entanto, a produção de resíduos radioativos e o risco de acidentes de grande escala continuam sendo pontos sensíveis. O futuro sustentável dessa tecnologia depende de investimentos em reatores mais seguros, fiscalização rigorosa e soluções eficazes para o armazenamento de resíduos a longo prazo.
No Brasil, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é a responsável por regular o uso da energia nuclear no país.
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