Na corrida por uma economia mais sustentável, os créditos de carbono viraram assunto do momento: além de ajudar empresas a compensarem suas emissões de gases de efeito estufa, o sistema transforma a redução de poluentes em uma espécie de “moeda verde” e ainda pode gerar lucro. Mas o que é, como funciona e como se pode lucrar com isso? Vamos lá.
O que é crédito de carbono?
O crédito de carbono é uma licença de emissão para uma quantidade específica de dióxido de carbono equivalente (CO₂e) ou outros gases de efeito estufa (GEE). Cada crédito corresponde à permissão de liberar na atmosfera uma tonelada métrica de CO₂e. Uma empresa pode receber créditos se reduzir suas emissões abaixo de um limite estabelecido.
As empresas geralmente produzem créditos por meio de esforços e investimentos que promovem reflorestamento, conservação de energia e uso de fontes renováveis. Também é possível comprar créditos de outras empresas que não os utilizaram integralmente.
O conceito tem origem no Protocolo de Kyoto, aprovado em 1997 e em vigor desde 2005. O Brasil está entre os países signatários. O acordo estabeleceu que as nações desenvolvidas deveriam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em cerca de 5% em relação aos níveis de 1990, no período de 2008 a 2012.
Desde então, os créditos de carbono tornaram-se peça central na luta contra o aquecimento global. O Acordo de Paris, adotado em 2015 na COP 21, ampliou seu alcance ao envolver praticamente todas as nações em metas de redução de emissões. Hoje, continuam sendo um mecanismo crucial para alcançar os compromissos climáticos globais.
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Como funcionam os créditos de carbono
Créditos de carbono são o mecanismo que permite a transferência de valor econômico entre empresas e reguladores ambientais. Na maioria dos casos, a alocação anual é determinada pelas metas de emissão do país ou região.
Nos sistemas de limite e comércio de emissões (cap and trade), um regulador define um teto máximo de emissões e as empresas negociam créditos conforme a demanda. Com o tempo, esse teto diminui, tornando mais difícil manter operações sem ultrapassá-lo. Assim, empresas que emitem menos podem vender créditos excedentes para outras que têm dificuldade em se adequar.
No fim das contas, quem investe em redução de emissões ganha vantagem competitiva, tanto pelo cumprimento das metas quanto pela possibilidade de gerar receita adicional.

Tipos de Créditos de Carbono
Existem dois formatos principais:
- CERs (Certified Emission Reductions): emitidos por projetos regulados, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto, e supervisionados por órgãos internacionais. Cada CER corresponde a uma tonelada de CO₂e reduzida ou removida e pode ser usado para cumprir metas regulatórias.
- VERs (Verified Emission Reductions): créditos do mercado voluntário, sem obrigação legal, verificados por terceiros independentes. São usados por empresas e instituições que desejam compensar voluntariamente suas emissões de carbono.
A diferença central é que os CERs possuem status oficial de conformidade, enquanto os VERs são créditos voluntários que servem para metas próprias de sustentabilidade.
Quais são os problemas do Carbono?
A produção de carbono começou a ser um problema devido ao seu excesso. O processo, que seria natural e equilibrado, foi intensificado pelas atividades humanas após a Revolução Industrial. É por isso que a quantidade de carbono na atmosfera se tornou tão baixa.
Essas emissões na atmosfera interrompem a dinâmica do aquecimento natural da Terra. Em vez de termos um efeito estufa ideal, necessário para manter uma temperatura equilibrada no planeta, precisamos lidar com o superaquecimento, já que a maior concentração dos gases responsáveis por esse processo impede que o calor escape para o espaço.
A concentração de gases de efeito estufa altera todo o ecossistema da Terra, causando o aquecimento global: o superaquecimento causa mudanças climáticas no mundo. Todo o nosso estilo de vida está intrinsecamente ligado às estações do ano, seja chuva em excesso ou em falta. Calor intenso e frio extremo são detalhes que alteram completamente a dinâmica da vida na Terra.
Por isso, acompanhamos mudanças drásticas como:
- derretimento de geleiras;
- inundações e secas;
- perda de biodiversidade;
- vulcões em erupção, etc.
Como produzir Créditos de Carbono
As empresas têm a oportunidade de gerar créditos ao se envolverem em diversas atividades de redução de emissões, captura e armazenamento, por exemplo:
- iniciativas de energia limpa;
- gestão de energia;
- melhoria do sequestro de carbono;
- administração de terras;
- florestamento e reflorestamento.
Cálculo de Crédito de Carbono
Para calcular os créditos de carbono a serem emitidos, compare as emissões de gases de efeito estufa de um cenário de projeto (que descreve a situação em que o projeto é concluído) com as de um cenário de referência ou de linha de base (que descreve a situação em que o projeto não foi implementado). Os créditos de carbono são emitidos pelas emissões de CO2 evitadas ou removidas graças ao projeto, calculadas pela subtração das emissões do cenário do projeto do valor de emissão da linha de base.
Vantagens do Crédito de Carbono
Como mencionado anteriormente, cada crédito de carbono corresponde a uma tonelada de carbono que não foi emitida na atmosfera. Portanto, o simples fato de possuir o crédito já é uma vantagem. A empresa ou o país que não enxerga uma alternativa para reduzir suas emissões encontra uma vantagem na compra desse crédito.
Para algumas organizações, países e empresas, a vantagem está na venda de créditos de carbono, pois são instituições que conseguem reduzir o uso de carbono. Dessa forma, impulsionam sua economia com o valor para investir nas atividades sustentáveis que desenvolvem.
A compra de créditos de carbono por empresas ambientalmente conscientes é benéfica para sua imagem. Às vezes, a empresa se comporta de forma sustentável, mas há uma quantidade de carbono que ela não consegue parar de emitir. Nesse caso, a compra de créditos demonstra o quanto a empresa se preocupa em incentivar atividades sustentáveis.
Desvantagens
A principal desvantagem do crédito de carbono está justamente nesse mercado de câmbio. Algumas instituições e países conseguem se acomodar nesse mercado para continuar emitindo seus gases de efeito estufa. Eles não investem em ações para evitar emissões porque podem comprar créditos ilimitados.
Nesse caso, a redução de 1 tonelada de carbono, ou seja, 1 crédito, nunca será suficiente. Porque, na verdade, alguém usará essa tonelada, então não haverá redução de emissões. É uma desvantagem que causa muita controvérsia entre ambientalistas e líderes mundiais.
O uso do crédito de carbono também precisa ser pensado de forma sustentável. Entenda que se trata de uma alternativa para necessidades emergenciais, e não para se contentar com a economia do outro.
O foco de todos deve estar na redução das emissões de gases de efeito estufa. Só assim será possível conter os impactos negativos causados pelo aquecimento global.
Quanto vale 1 crédito de carbono?
O valor de um crédito de carbono depende de diferentes fatores, como o tipo de projeto, a metodologia empregada e a região de origem.
Ao contrário das commodities tradicionais, como petróleo ou ouro, os créditos de carbono não têm um preço único e globalmente fixo. Seu valor depende de variáveis como o tipo de projeto que gerou o crédito, a metodologia utilizada, a certificação envolvida e a oferta e demanda do mercado.
Um dos principais fatores que influenciam o preço é o tipo de mercado. No mercado regulado, onde as empresas são obrigadas a compensar as emissões de acordo com as regulamentações governamentais, os preços tendem a ser mais altos e estáveis, pois há demanda constante. No mercado voluntário, os preços podem oscilar mais, pois são influenciados por tendências corporativas, regulamentações emergentes e pelo compromisso das empresas com as metas climáticas.
Outro aspecto essencial é o tipo de projeto. Créditos gerados por projetos de reflorestamento ou conservação florestal, por exemplo, geralmente têm um valor mais alto, pois, além da redução de emissões, geram cobenefícios ambientais e sociais, como a proteção da biodiversidade e a geração de renda para as comunidades locais.
Como a Alutal contribui para a redução de emissões
Empresas que adotam tecnologias de monitoramento e automação industrial conseguem reduzir o consumo de energia e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa.
A Alutal oferece soluções de instrumentação e medição precisas, permitindo que os processos industriais funcionem de forma otimizada, evitando desperdícios e melhorando a eficiência energética. Com isso, é possível reduzir o consumo de combustíveis e insumos, diminuindo a pegada de carbono das operações.
Além da economia operacional, essa eficiência contribui para que as empresas alcancem metas de sustentabilidade e participem de programas de créditos de carbono.
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